Ano: 2021
Local: São Paulo, Brasil
Os corações fazem parte da exposição Art of Love SP 2021, e cada escultura foi customizada e pintada através de uma história de amor e superações reais.
Artista: Reynaldo Berto
Obra: Gata Fifi
Todas as miniaturas da Art of Love são produzidas e pintadas artesanalmente. Por esse motivo, é possível que as peças apresentem pequena variação no design.
INSPO:
"O meu relato é sobre como o amor de um pet pode transformar as nossas vidas.
Era Agosto de 2009 quando a gata Fifi apareceu na garagem de casa, de madrugada, miando, com dois filhotinhos na barriga. Acolhemos, cuidamos e ela nunca mais quis ir embora. Se tornou companhia diária para a minha mãe, principalmente após a perda do meu pai, em 2015. A gata tinha personalidade própria, quase humana. Acompanhava mamãe em todas as atividades diárias, levantavam no mesmo horário, tomavam café juntas, assistiam Ana Maria Braga rs
Em 2017 minha mãe foi diagnosticada com câncer terminal. A Fifi deu força à ela durante todo o período do tratamento, mesmo com as restrições de contato devido à baixa imunidade da minha mãe. Antes da sua última ida ao hospital, minha mãe se trocou em casa, deixando um vestido florido em cima da cama. Durante os 18 dias de internação e por muitas semanas após, a Fifi dormia em cima desta roupa todas as noites. E quando chegávamos em casa do plantão de acompanhante no hospital, ela sempre estava nos esperando no portão com um olhar de piedade, inquieta, com miados tristes e desesperados. Todas essas manifestações me chocaram muito - um pet realmente sente a ausência do seu dono.
Minha mãe faleceu em Março/2017 e eu iniciei uma luta contra a depressão. E foi aí que realmente entendi o poder do amor de um animalzinho. Fifi transferiu a mim todo o amor que dedicou a minha mãe durante toda a jornada delas juntas. E esse sentimento me salvava todos os dias da tristeza e da solidão. Fifi estava comigo em todos os momentos, me esperava chegar em casa com alegria, dormia comigo na cama, tomava café comigo, assim como fazia com a minha mãe. E quando eu chorava, ela cheirava meu rosto e colocava a cabeça no meu peito, e aquele gesto aquecia meu coração. Eu sentia amor o tempo todo, e voltava, aos poucos, a ver sentido na vida. Ela era como minha alma gêmea felina. Em cerca de 18 meses, eu finalmente venci a depressão.
Fifi nos deixou subitamente em 2019 com sua missão na terra cumprida. Transmitiu amor, encheu a casa de alegria e nos salvou da solidão durante todo o período em que esteve em nossas vidas. Nos ensinou mais do que muitos humanos seriam capazes de transmitir. Ela sentia a nossa dor e dava tudo o que tinha, sem esperar nada em troca. Minha jornada de luto seria, certamente, muito mais difícil sem ela. O amor da Fifi me transformou pra sempre."


